Entenda como os limites para o desenvolvimento infantil são relevantes e como é importante estabelecer regras para garantir o bem estar dos pequeninos.
Se você se depara com birras na hora que seu/sua filho(a) tem que comer, dormir, tomar banho, estudar, ou acessos de raiva quando recebe um “não”, é fundamental que entenda a relevância dos limites para o desenvolvimento infantil.
Essas são situações muito constrangedoras e aflitivas para os pais, que se vêem confusos na hora de corrigir o comportamento dos filhos quando isso acontece. Apesar de inevitáveis e de gerarem um estresse intenso, podem ser reduzidas e eliminadas com o passar do tempo.
É importante saber que não existe uma receita ou fórmula perfeitas para solucionar essas situações e colaborar com o desenvolvimento da criança, afinal, cada pai e mãe sabe exatamente o que se passa dentro de sua casa e quais são os momentos da rotina que dificultam a imposição de limites em seus filhos.
Escândalo na hora de comer e tomar banho, birras na hora de dormir, dificuldade de ouvir não e ser confrontado, não querer ir à escola, correr pelos corredores do shopping. Essas são algumas das situações em que os pais se encontram aflitos, sem saber como colocar limites e corrigir os comportamentos dos filhos.
Como lidar com situações de tamanho estresse? Existe uma forma efetiva para dar limites?
Continue a leitura e entenda a importância dos limites para o desenvolvimento infantil, do “não”, e como estabelecer regras para seu/sua filho(a) de uma maneira eficiente.
Cuidar do desenvolvimento infantil implica em estabelecer limites
Os limites não são algo que devem ser impostos somente quando um comportamento inadequado vem à tona, eles devem fazer parte da rotina da criança. Desde quando são bebês, os pequeninos já possuem uma rotina pré estabelecida para comer, dormir, tomar banho ou solzinho da manhã.
Conforme os anos se passam, a rotina torna-se mais complexa, com horários para brincar, estudar, organizar as coisas e ajudar em algumas tarefas da casa.
É importante manter essa realidade, pois sabendo o que irá acontecer, como e quando, a criança se sente mais segura e tem autonomia para fazer suas coisas, reduzindo significativamente a necessidade de intervenção dos pais.
No futuro, essa disciplina de respeitar limites, regras, fazer as obrigações e entender o porquê de tudo isso, ajudam o indivíduo a se estabelecer melhor nas diferentes realidades de seus círculos familiar, social e profissional.
Regras e limites nos acompanham por toda a vida e estão presentes em todos os lugares, seja em casa, na escola, na rua ou no trabalho. Quando a criança cresce com a presença de limites e regras é mais fácil para ela cumprí-las ao longo de toda sua vida.
A importância do “não” e dos limites para o desenvolvimento infantil
É comum que muitos pais fiquem com seus corações partidos ao observar a reação de sua criança ao receber um “não”. É normal sentir pena dos pequeninos nesses momentos e muito difícil manter a firmeza.
A firmeza na hora do “não” é fundamental para a criança obedecer e entender a importância dele.
Um bom exemplo é o “não” para fios e tomadas. Assim que os pequeninos se aproximam de uma tomada, a mãe ou o pai imediatamente soltam a seguinte frase: “Não!!! Se você colocar a mão vai levar um choque!”.
Quando isso acontece, os pequeninos entendem de imediato o porquê do “não” ser importante. Agora, se o “não” for “mais ou menos”, além da criança ficar perdida entre o “faço ou não faço?” dificilmente irá obedecer.
Assim, ao se deparar com regras e limites bem estabelecidos, a criança já entende que existe um porquê por trás dos impedimentos e protocolos impostos na sociedade ou no convívio com outras pessoas.
A firmeza no “não” é extremamente relevante à eficácia dos limites para o desenvolvimento infantil, é como um estágio inicial do entendimento da criança em relação às regras e limites, assim como sua importância.
Mas isso não quer dizer que sejam necessários castigos e gritos. O “não” com firmeza já é suficiente, e deve ser dito olhando nos olhos da criança e explicando o porquê de sua negativa.
Quando as crianças observam os pais frustrados gritando ou batendo nelas, elas repetem o comportamento com outras pessoas quando se frustram, pois entendem que esta é a forma correta de agir nessas situações.
As frustrações fazem parte do desenvolvimento infantil
Que pai ou mãe não quer dar aos seus filhos tudo aquilo que não teve? Difícil de encontrar.
No entanto, encher a criança com presentes, dar sempre somente o que elas querem comer e realizar mais uma série de desejos faz com que ela tenha um entendimento de poder ter tudo o que quer na hora mais cômoda.
Neste cenário, a criança provavelmente irá se desenvolver sem saber ou conseguir lidar com a falta ao longo de toda sua vida.
É fundamental que todos nós, principalmente as crianças, saibamos lidar com as frustrações desde muito cedo, afinal, a vida é repleta de “nãos” de diferentes tipos, origens e intensidades.
Quando um indivíduo não convive com frustrações desencadeadas pelo “não” em sua infância, ao chegar na maturidade, quando quiser ter algo que está fora de seu alcance, muito provavelmente terá dificuldades para encarar a realidade.
O resultado disso, em casos mais alarmantes, pode ser mentiras recorrentes, dependência de drogas, furtos e outras práticas que sirvam como fuga da realidade frustrante e levem a um paraíso imaginário momentâneo onde tudo pode ser feito.
Dar limites é um ato de amor à criança
Uma coisa é certa: o caminho para que os limites sejam compreendidos e respeitados requer perseverança e insistência dos pais. E o estabelecimento de rotinas bem definidas e muito diálogo com a criança são fundamentais neste processo.
Além disso, dar limites não é algo que facilita somente a vida dos pais, é um meio para o desenvolvimento da criança e seu bem-estar nos diferentes ambientes da sociedade. Caso contrário, com o passar dos anos, o convívio com outras pessoas dentro da escola e posteriormente na vida profissional pode ser um grande desafio que afeta o potencial em todos os sentidos.
Colocar limites durante o desenvolvimento infantil é um ato de amor, pois ajuda a diminuir a ansiedade, melhora a tolerância, ensina regras de convivência, cidadania e a importância delas, criando uma noção apurada de responsabilidade.
Como estabelecer regras e limites?
O primeiro passo é exercer sua autoridade e ser constante
Você precisa deixar bem claro que as autoridades máximas dentro da casa são mãe e pai. Para impor regras e limites é preciso explicar os motivos e nunca, de forma alguma, negociar com a criança. Afinal, regras são regras e devem ser obedecidas, sem meio termo.
Depois de introduzir as regras, é fundamental que elas se tornem parte constante da vida da criança, sejam praticadas todos os dias e da forma como foi dito pelos pais. Se elas mudam com frequência ou são cheias de brechas, os pequeninos entendem que não são válidas sempre e que podem ser trapaceadas.
As regras devem ser divulgadas na presença de todos e a família toda deve se envolver
Assim que as regras forem estabelecidas, reúna toda a família e deixe bem claro que todos devem se comprometer com elas, sem exceção.
Depois disso, você pode fazer um contrato (de brincadeira, nada de burocracia) para as crianças assinarem. Se não souberem escrever ainda, você pode pintar os dedos ou as mãozinhas e fazer a criança assinar seu compromisso. Essa prática traz o sentimentos de serem mais adultas e parte deste acordo familiar.
Espalhe as regras por toda a casa
Cada ambiente tem suas próprias regras, outras servem para toda a casa. Faça cópia das regras e coloque em pontos estratégicos. Assim, fica mais fácil de as crianças se habituarem com elas e transformá-las em rotinas “naturais” de seu dia a dia.
Reconheça quando as regras forem cumpridas
Todo ser humano gosta de ser reconhecido pelos seus feitos positivos, faz parte de nossa personalidade. Portanto, se seu/sua filho(a) estiver cumprindo com as obrigações e obedecendo as regras, não deixe de parabenizar o acerto e incentivar o comportamento.
Pai e mãe devem estar em sintonia na hora de estabelecer limites e dizer “não”
Um parceiro(a) nunca deve desautorizar o(a) outro(a). As decisões são tomadas em conjunto e devem ser absolutas em ambas as partes. Quando um desautoriza o outro, a criança se confunde e não consegue entender o que realmente deve ou não ser feito.
Chegamos ao final desse conteúdo e agora você sabe a importância dos limites para o desenvolvimento infantil e como estabelecer regras harmoniosamente, para que a criança aprenda gradualmente como se comportar nos diferentes ambientes que vive e consiga lidar melhor com as frustrações da vida adulta.
Lembre-se que, para os limites e regras serem estabelecidos, entendidos e cumpridos é fundamental ser persistente, desistir não é uma opção. Além disso, devem estar de acordo e se adequarem com o dia a dia de toda a família.
Para aprender muito mais sobre o desenvolvimento infantil, continue no blog!
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