Quando o assunto é alfabetização e letramento das crianças, não há pais e mães que deixem de se preocupar, afinal de contas trata-se de uma habilidade essencial para o futuro de qualquer pessoa.
Por isso, com o intuito de garantir uma aprendizagem de qualidade, muitas famílias procuram as melhores escolas infantis para que os resultados não deixem a desejar. Nesse contexto, complicações surgem quando os métodos de alfabetização e letramento não são adequados e, além de serem ineficientes, acabam prejudicando as crianças.
A RAIZ DO PROBLEMA
Os problemas começam quando os adultos associam boa aprendizagem com velocidade, impondo ritmos e formas de aprender que não condizem com as etapas de desenvolvimento das crianças.
Podemos melhor compreender o tema fazendo a seguinte associação: feijão e arroz compõem um prato saudável e apreciado pelos brasileiros de forma geral, mas que não é indicado para um bebê de 4 meses.
Do mesmo modo, há formas e métodos de alfabetização e letramento que são bastante funcionais e eficazes, mas que não se aplicam a crianças pequenas.
Explicando dessa forma, a situação parece ser simples, mas o fato é que nosso país vem tomando como regra no campo da alfabetização e letramento oferecer feijão e arroz para bebês! O resultado tem sido uma grande indigestão de letras, palavras e conceitos mal assimilados, conforme mostram os relatórios nacionais de alfabetismo.
Por isso precisamos tomar consciência de algumas questões fundamentais: uma delas é que há métodos ruins e estes são inadequados sempre, não importa a criança nem sua idade. Ao passo que outros são bons métodos, desde que aplicados para a faixa etária correta.
MÉTODOS INADEQUADOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Em geral todo tipo de método que se propõe a acelerar ou mesmo a definir um prazo para que as crianças pequenas saibam determinados conteúdos, é inadequado.
A explicação para isso é que a velocidade e a expectativa dos adultos geram uma enorme pressão, que é percebida com bastante clareza pelas crianças, as quais acabam se vendo obrigadas a desrespeitar sua forma natural de ser, de agir, e portanto de aprender.
Devemos lembrar que de 0 a 6 anos, a ludicidade e a brincadeira devem prevalecer. E qualquer tipo de ritmo ou metas impostos às crianças pelos adultos, compõem verdadeiras fórmulas de fracasso escolar.
Certamente pais e educadores devem ter seus parâmetros e planos, pois isso faz parte de qualquer trabalho sério, profissional e bem organizado, mas esses elementos não podem afetar o âmbito didático da primeira infância, onde a aprendizagem deve ocorrer de forma leve e sem pressão.
COMO ESCOLHER UM BOM MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO?
Para saber se um método é ou não adequado, não basta termos um livro de receitas. É necessário entendermos basicamente as etapas de desenvolvimento da infância.
De 0 a 2 anos as crianças são sensório-motoras e emocionais. Logo depois, de 3 até 6 anos, acrescenta-se o pensamento simbólico. Por isso, qualquer método intelectual e sistemático, do tipo que propõe exercícios de ler e escrever repetidamente para fixar conteúdos, mesmo que de forma disfarçada através de desenhos que reproduzem a grafia de letras, não são adequados.
Até os dois anos as crianças necessitam de uma larga experiência com materiais concretos, de distintas texturas, cores, sons, além de liberdade para mover seu corpo, tendo em vista que o movimento físico é um dos grandes desencadeadores da maturação cerebral e, portanto, de todos os centros de aprendizagem.
A partir dos 3 anos, as crianças começam a entender melhor o sentido das frases mais complexas e por isso podemos usar todo tipo de linguagem simbólica para ensinar, como a música, as histórias, contos de fadas, representações e jogos teatrais dentre outros.
Além desses conselhos específicos, há outros essenciais que podem ser aplicados de 0 a 6 anos de idade, como vemos a seguir:
CONVERSAR MAIS E MELHOR
Quando intencionamos garantir uma boa alfabetização e letramento desde o início da vida, não devemos pensar em logo levar nossos bebês para o ensino fundamental, mas sim em formar as bases necessárias para essas habilidades.
Uma das mais essenciais nesse sentido é a linguagem oral. Em geral os adultos subestimam as capacidades infantis e por isso reduzem a linguagem a frases curtas e palavras pobres, quando o recomendável é justamente o contrário.
Por isso a dica aqui é conversarmos mais com as crianças, desde o útero materno até todas as ocasiões da primeira infância, além de procurarmos adotar uma linguagem mais rica e culta, que formará os pilares da alfabetização e letramento futuros.
SEGUIR O INTERESSE DAS CRIANÇAS
Podemos simplificar uma grande lei da pedagogia afirmando que uma pessoa só aprende algo quando quer aprender. Por isso, quando queremos ensinar algo as crianças pequenas, devemos buscar identificar os seus interesses.
Isso significa que não é eficaz apresentarmos os conteúdos que nós adultos consideramos importantes e necessários se as crianças não estiverem interessadas neles em dado momento. O melhor é observarmos pelo que as crianças estão manifestando interesse e ensinar-lhes sobre isso.
No caso da alfabetização e letramento, devemos aproveitar todas as oportunidades que identificarmos temas de interesse das crianças para lhes ensinar sobre uma nova palavra, letra ou o sentido de uma frase.
A exemplo disso, é enorme a diferença entre ensinar a palavra castelo porque “sim” e ensiná-la quando estamos contando uma história pela qual as crianças estão encantadas e, ao lermos essa palavra, ouvimos a pergunta: “o que é castelo?”
Como podemos observar, a alfabetização somente pode ocorrer de forma natural quando nos dedicamos a melhor compreender a natureza das crianças e as leis que a regem. Ao adotarmos essa postura, todo tipo de aprendizagem passa a ocorrer com fluidez e torna-se acima de tudo uma grande diversão, que satisfaz a quem aprende tanto quanto a quem ensina.
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