Saúde da criança na escola: 4 Cuidados fundamentais
Quando as famílias tomam a decisão de matricular seus filhos pequenos em uma instituição escolar, surgem muitas dúvidas e também preocupações, mas certamente uma das mais comuns diz respeito à saúde da criança na escola.
Para muitos, o ingresso na vida escolar significa aumentar o número de doenças e ponto final! Mas talvez essa postura seja estreita e conformista demais, e por isso há algumas considerações relevantes que podemos fazer a respeito.
DE QUE SAÚDE ESTAMOS FALANDO?
Quando o assunto é a saúde da criança na escola, normalmente se pensa nas gripes, resfriados e outros males recorrentes, sobretudo pelo fato das crianças estarem em contato com um número maior de crianças diariamente. E não há dúvidas sobre o quão desagradável é padecer deles, tanto para a criança como para a sua família.
Entretanto uma primeira consideração importante a fazermos é a possibilidade de expandir nosso conceito de saúde.
Isso significa adotar uma concepção mais abrangente, em que a saúde da criança na escola não significa apenas a ausência de sintomas de doenças, mas abarca o seu desenvolvimento de forma mais ampla.
A exemplo disso, será que uma criança que não apresenta nenhum sintoma de doença, mas permanece longas horas em frente à televisão em sua casa, que é privada da socialização com outras crianças e que não recebe o devido suporte para sua educação, pode ser considerada saudável?
Se tomarmos como critério uma avaliação estreita, diremos que ela é saudável simplesmente por não apresentar sintomas. Porém se seguirmos nossa proposta de ampliar a visão de saúde, possivelmente cheguemos à conclusão de que essa criança está vivendo de uma forma inadequada. Pois o acesso à TV e outros dispositivos eletrônicos traz uma série de prejuízos para a sua saúde, a médio e longo prazo.
Quando privada de uma interação social harmônica, a criança não pode desenvolver bem a sua personalidade. E se as necessidades educacionais não são bem atendidas em cada etapa, o desenvolvimento cerebral não se sucede como deveria. Por essa via podemos perceber que saúde e educação andam de mãos dadas na primeira infância.
ESTAMOS TOMANDO OS CUIDADOS NECESSÁRIOS?
Após a leitura de nosso artigo até esse ponto, talvez alguns pais leitores se coloquem a seguinte questão: “então o que me resta é escolher levar meu filho para a escola e aceitar as doenças típicas da infância!”. Afinal de contas, no contexto da vida moderna as possibilidades de um casal conciliar todas as demandas cotidianas com uma boa educação dos filhos em casa é bastante remota.
Mas essa ainda não parece ser a melhor nem a única maneira de ver as coisas. O fato é que muitas vezes alguns cuidados essenciais são negligenciados tanto pelos pais, quanto pelas instituições, o que vem a prejudicar a saúde das crianças na escola. Isso nos leva a considerar que as doenças e males podem estar mais relacionados a estas negligências do que ao simples fato da criança frequentar ou não a escola.
Nesse sentido, existem algumas recomendações bastante simples e práticas, que podem ser tomadas como cuidados fundamentais e assim mudar bastante a condição de nossos filhos no meio escolar, conforme listamos a seguir:
1 – Cuidados Pedagógicos
Conforme mencionamos, nos primeiros anos de vida há uma forte relação entre educação e saúde. Por isso, cometer certas falhas e negligências pedagógicas pode levar a criança a adoecer, ao passo que uma boa condução educacional pode ser tomada como medida preventiva para a saúde da criança na escola.
Organizar momentos diários para nutrir o laço de amor entre pais e filhos, manter uma boa rotina, preservar um bom ambiente familiar são elementos fundamentais nesse sentido.
1 – Cuidados de Higiene
Talvez o mais complicado com relação a esse item seja o fato de o considerarmos banal demais para merecer a nossa atenção.
Porém, estarmos atento à higiene é algo essencial para a saúde da criança na escola. Higienizar bem as mãos antes de tocar as crianças, principalmente em momentos como o banho e a troca de fraldas, adotar procedimentos corretos para os momentos de higienização, zelando por detalhes das estruturas e materiais, não entrar com calçados nos ambientes de bebês, são todos itens importantes a compor esse quadro.
3 – Cuidados com a alimentação
Tanto em casa quanto na escola, um cardápio equilibrado se torna mais um item essencial o compor a lista de tudo o que contribui para a saúde da criança na escola.
Evitar açúcar refinado e alimentos processados, dando preferência a alimentos frescos, preparados na hora, seguindo um cardápio adequado à estação do ano e a cada faixa etária, são elementos indispensáveis que se tornam fortes aliados para a manutenção da saúde.
4 – Cuidados com o vestuário
Esse tipo de dica, tal como as relacionadas à higiene, pode soar dispensável, mas é necessário chamar atenção para o fato de que muitas vezes as crianças não vão para a escola vestidas adequadamente.
Em muitos casos, os adultos tomam como base a percepção de temperatura para si mesmos, e acabam vestindo as crianças com roupas leves em um dia frio demais para alguém com poucos meses ou anos de vida.
Além disso, há medidas extremamente simples, mas que produzem um enorme efeito, a exemplo do cumprimento das calças dos bebês e crianças pequenas e também o uso de calçados.
Calças compridas demais e o uso prolongado de calçados ao longo do dia prejudicam o movimento e as posturas das crianças, elementos chaves para o desenvolvimento integral na primeira infância.Por isso, zelar pelo vestuário também é fundamental para uma boa saúde da criança na escola.
Por fim, é necessário lembrarmos que adoecer não é algo que ocorre somente na escola, o que certamente muitos pais já devem ter comprovado no seu dia a dia. Pois na primeira infância as crianças contraem certos males como forma de desenvolver defesas importantes em seus organismos. Isso é algo que deverá ocorrer tanto na escola quando nos lares de qualquer família.
Entretanto, se tomarmos os devidos cuidados, conforme as dicas que apontamos, não evitaremos todas situações negativas que podem afetar nossas crianças – e talvez isso nem seja desejável. Mas certamente poderemos estar nos sentir mais tranquilos e seguros por estarmos zelando pelo que realmente importa e cumprindo bem nosso papel como adultos responsáveis por nossas crianças.
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Diretor do Colégio Acadêmico Florença, Doutor em Educação e pesquisador da infância há quase 15 anos. Segue conduzindo seus estudos e pesquisas aliados a uma profunda experiência prática em contato direto com as crianças e educadores. Autor dos livros Pedagogia Florença 1 – bases para educação infantil de 0 a 3 anos e O Lenhador.