Em nossos dias, sobretudo nas grandes cidades, surge sempre uma dúvida entre os pais de crianças pequenas: devem levá-las tão cedo a uma escola ou não? Qual a melhor idade para pôr o filho na escola?
Essa questão pode depender de muitos fatores peculiares de cada família, mas há elementos importantes que deveriam orientar essa tomada de decisão. Vamos tratar de alguns dos principais.
As Necessidades da criança pequena
Quando questionadas sobre qual a melhor idade para pôr o filho na escola, muitas pessoas costumam responder dizendo que quanto mais tarde melhor, pois a criança deve permanecer em casa quando pequena.
Ocorre que essa resposta é bastante vaga e pode ser imprecisa também.
Pois há “casos e casos”, como profere o dito popular, ou seja, há situações tão variadas nas famílias que, em muitos casos, se bem avaliados nos levarão a concluir o contrário, que o melhor seria pôr o filho na escola o quanto antes. Mas como chegar a uma conclusão sensata?
A melhor forma é conhecer basicamente as necessidades de uma criança pequena. Nesse sentido, desde muito pequena uma criança precisa interagir com outras crianças, e privá-la disso é sabotar seu desenvolvimento.
Outra necessidade das crianças pequenas é uma rotina de atividades ricas, variadas e adequadas a sua etapa de vida, que desenvolvam seus sentidos, suas emoções, seus movimentos, gestos e linguagem. Saber organizar essa rotina, e além disso, saber quando e como se deve ou não intervir nas situações vividas pela criança é uma necessidade fundamental para um bom desenvolvimento infantil.
Além disso, essas vivências tão importantes só poderão ser desenvolvidas em um ambiente devidamente preparado para a criança. Saber organizar inteligentemente espaços e mobiliários é algo essencial, pois essas estruturas são a base para as importantes experiências concretas requeridas na primeira infância.
Para completar, a presença atenta dos adultos no ambiente é outra grande necessidade. Na primeira infância as crianças aprendem muito por sua própria conta, mas esse aprendizado todo só é possível na presença observadora de um adulto em quem as crianças podem confiar.
Reflita com base nos 4 passos que preparamos e conclua qual a melhor idade para pôr o filho na escola
Com base nos argumentos acima apresentados, você mesmo pode fazer suas análises e descobrir qual a melhor idade para pôr o filho na escola.
Levando em conta as necessidades da criança que listamos, podemos chegar a uma visão mais objetiva, seguindo os quatro passos de análise propostos:
Primeiro Passo: interação com outras crianças
Seu filho tem outras crianças com quem interagir, sejam parentes ou vizinhos. E essa interação é frequente a ponto de permitir que a relação e os laços possam ser aprofundados. Se for esse o seu caso, essa necessidade está sendo bem atendida, mesmo sem a escola.
Mas se a interação do seu filho com outras crianças for apenas esporádica, de forma que se torna um contato muito superficial, a escola provavelmente será a melhor opção.
Segundo Passo: atividades variadas
Seu filho tem uma rotina de atividades variadas, pensadas inteligentemente para a sua faixa etária, e suas vivências são mediadas por um adulto que sabe a melhor forma e momento de intervir ou deixar de fazê-lo. Ótimo! Nesse caso a escola é opcional!
Mas se seu filho permanece muito tempo dentro de casa, sem uma rotina bem pensada, de modo que constantemente se mostra inquieto, irritado e ansioso. E o adulto que com ele interage não sabe muito bem como melhorar esse dia a dia. Nesse caso, a melhor idade para pôr seu filho na escola é o quanto antes possível, pois há uma grande necessidade!
Terceiro Passo: ambiente da criança
O terceiro passo é refletir sobre o ambiente da criança. Se o seu filho tem um espaço organizado especialmente para ele, com brinquedos e mobiliários bem pensados, visando tanto a sua segurança quanto as necessidades de sua etapa de desenvolvimento, excelente! Mais uma necessidade que está sendo bem suprida, mesmo sem a escola.
Mas se você precisar admitir que seu filho não tem um espaço pensado para ele, permanecendo em salas improvisadas de seu apartamento ou casa, onde brincar se torna difícil. Os móveis não são adequados e os brinquedos existem, mas são escolhidos aleatoriamente. Nesse caso, a escola é a melhor opção.
Quarto passo: acompanhamento educativo
Seu filho é cuidado e educado por um adulto que conhece as necessidades de cada etapa da primeira infância e consegue conduzir o dia a dia de forma adequada, acompanhando de forma próxima e atenta todos os momentos do seu pequeno. Muito bom, esta necessidade está sendo bem atendida no seio familiar.
Mas se sua situação for a de que não há condições de um adulto bem preparado acompanhar adequada e integralmente o desenvolvimento de seu filho. E, sendo assim, a forma adotada para acalmá-lo é deixando-o em frente a TV ou outros dispositivos eletrônicos, é hora de pensar em matricular seu filho em uma boa escola.
Para finalizar
Pelo que vimos, a pergunta sobre qual a melhor idade para pôr o filho na escola talvez devesse ser substituída por outra: as necessidades de meu filho estão sendo bem atendidas?
Essa pergunta é mais justa pois devemos lembrar que a primeira infância (0 a 6 anos) é a etapa mais importante, crítica e delicada para a educação de um ser humano. Por isso o mais relevante é poder atender as necessidades da criança em cada etapa de sua vida, seja em casa ou na escola.
Estudo de caso – Como a estruturação de uma rotina na infância resolveu um conflito infantil. Clique aqui e conheça.