A presença paterna no desenvolvimento infantil é parte essencial da formação do indivíduo. Veja como estimular a relação entre pai e filho!
Entre os nascimentos registrados em 2022, 6,6% contam somente com o nome da mãe na certidão. Ao todo, serão quase 57 mil crianças crescendo sem a presença do pai — no documento e na família. Esses dados nos levam a falar sobre a importância da presença paterna no desenvolvimento infantil. Afinal, além da sobrecarga das mães, que assumem um papel que não é delas, existe toda uma questão emocional envolvida.
Por isso, quando falamos em presença paterna, não estamos nos referindo somente ao pai biológico, mas à figura que representa o pai e exerce a função de também educar, orientar e compartilhar suas experiências.
Nesse sentido, a contribuição da presença paterna no desenvolvimento infantil está muito mais ligada ao vínculo afetivo e ao modelo comportamental que a criança terá. Além, é claro, da identificação que surge da convivência, o “jeito” que os filhos herdam dos pais e que são fundamentais para o seu crescimento pessoal.
Ainda hoje, muitos homens se distanciam do papel de pai no que se refere aos cuidados diários e ao afeto. Assumem as obrigações de provedor da família, no sentido financeiro, mas se esquecem do quão importante é sua participação afetiva.
No caso de pais separados, muitos acreditam que o papel de pai se cumpre com o pagamento da pensão e as visitas no fim de semana. Quando na verdade, a presença paterna vai muito além disso: está nos ensinamentos diários de coisas simples, no cuidado com a saúde da criança, no colo que é dado quando os pequenos choram.
Mas afinal, como estimular esse vínculo entre pais e filhos e estreitar os laços de uma relação essencial para a formação de um novo indivíduo? Neste artigo, trazemos algumas dicas e orientações. Acompanhe!
Educação dos filhos: qual a importância de dividir essa tarefa?
Educar um filho é uma tarefa que precisa ser dividida entre pai e mãe. E por isso é tão fundamental a presença paterna no desenvolvimento infantil quando se fala em educação. Para a psicologia, enquanto a mãe representa uma figura que promove acolhimento, cuidado e proteção, o pai exerce o papel de orientar a criança quanto aos limites, regras, direitos e justiça.
É claro que, na prática, ambos podem orientar para todas as coisas, mas é importante que a missão de educar seja dividida em algum nível, pois assim se torna mais eficiente a tarefa de criar pessoas seguras e autoconfiantes, socialmente estáveis e educadas para a vida.
Enquanto que para pais e mães a participação mútua no processo de educação torna a jornada mais fácil e eficiente, para o filho ou filha possuir essas duas figuras representa um equilíbrio de valores, onde cada um contribui com sua própria educação e experiência enquanto cidadãos. A mãe pode educar para a convivência e os bons modos em sociedade, enquanto o pai orienta para a disciplina, para a independência e para as relações interpessoais.
Outro ponto que merece atenção está relacionado com os aspectos emocionais. Crianças que contam com a presença paterna tendem a desenvolver mais autocontrole, reduzindo comportamentos agressivos. Além disso, os filhos e filhas com pais presentes na educação desenvolvem relacionamentos mais saudáveis no futuro.
Ou seja, a presença paterna no desenvolvimento infantil tem um papel determinante e fundamental na vida dos filhos, especialmente no que se refere à educação.
Como envolver, de verdade, o pai na educação dos filhos?
Educar uma criança não é uma tarefa das mais simples. Exige paciência, compreensão e dedicação. Por isso, é algo que, em tese, não deve ser feito por uma só pessoa. Nessa hora, pai e mãe devem dividir a responsabilidade na educação da filha ou filho. Mas como envolver o pai nessa ‘empreitada’, quando muitos deles, infelizmente, acabam deixando por conta da mãe a missão de educar?
Além do diálogo e da oportunidade de permitir que o pai ocupe seu lugar, é preciso uma boa dose de companheirismo, acolhimento e também de paciência para respeitar o limite do outro e entender seus esforços.
A seguir, trouxemos algumas dicas para que o pai se envolva verdadeiramente na educação e na criação dos pequenos.
Permita que o pai seja pai
Cada pessoa vê o mundo e age de acordo com a educação que recebeu e com suas experiências de vida. Por isso, é importante permitir que o pai seja pai ao seu modo, sem muitas imposições. Ainda que não concorde com suas escolhas e atitudes, aceite e apoie, dentro dos devidos limites, é claro.
Se o modo como o pai conduz a educação dos pequenos é respeitoso e considera as necessidades de todas as partes, deixe que ele assuma seu papel. Isso o deixará mais seguro e entusiasmado para exercer a presença paterna no desenvolvimento infantil do filho ou filha.
Estimule o convívio e a realização de atividades entre pai e filho(a)
Na correria do dia a dia, muitos pais acabam sem tempo de conviver com os filhos como gostariam e como precisam. No máximo, acabam cumprindo tarefas do cotidiano, como levar na escola, por exemplo.
Por isso, proporcionar o convívio em atividades onde pai e filho ou filha tem um momento só seu é fundamental para estimular a presença paterna no desenvolvimento infantil. Seja com passeios, brincadeiras em casa, ou mesmo criando hobbies em comum, é essencial que o pai encontre seu espaço na vida da criança.
Desse modo, cabe à mãe ceder esse espaço, delegando tarefas ao pai e, sobretudo, confiando a ele a missão de educar e amar o filho ao seu modo.
Pais separados: como estimular a presença paterna?
Se muitas vezes, mesmo em famílias onde os pais vivem juntos, a presença paterna no desenvolvimento infantil é negligenciada, no caso de pai e mãe separados esse tende a ser um problema ainda mais difícil de superar. É claro que existem muitas exceções, e cada vez mais os pais estão se posicionando de modo mais ativo e efetivo na criação dos filhos mesmo após a separação.
No entanto, sabemos que esse distanciamento entre o casal pode afetar a relação com a criança, muitas vezes sem que esse seja o verdadeiro desejo do pai. E se um divórcio for traumático para os adultos, consequentemente as crianças também serão atingidas.
Por isso, se adaptar a essa nova realidade é um grande desafio para todos, e nesse momento o diálogo e a compreensão de que homem e mulher se separam um do outro, mas jamais devem se apartar dos filhos é o primeiro passo para que a presença paterna seja mantida.
Aqui, a maturidade do casal deve falar mais alto. Pois a briga de ego por quem terá mais amor e atenção da criança será extremamente prejudicial, até mesmo porque não existe essa distinção, e ela não deve, em hipótese alguma, ser estimulada.
Portanto, seja qual for o acordo entre os pais — guarda compartilhada, visitas quinzenais, finais de semana alternados — este acordo deve ser mantido e o espaço e tempo do pai com o filho ou filha precisa ser respeitado. Aqui, as dicas que demos anteriormente também se aplicam: permitir que o pai seja pai a seu modo e estimular o convívio com momentos exclusivos entre eles.
Para isso, manter o diálogo e uma relação saudável pós separação é fundamental. A harmonia entre os pais é percebida pelas crianças, e isso resultará num sentimento de segurança, confiança e, claro, de amor ainda maior pela família.
Pronto! Ao longo deste conteúdo, espero ter conseguido despertar a importância da presença paterna no desenvolvimento infantil, seus benefícios e dicas para estimular este vínculo. Para aprender muito mais sobre o desenvolvimento saudável e harmonioso de crianças na primeira infância, continue navegando em nosso blog!